RELATÓRIO MACROECONÔMICO 1º SEMESTRE DE 2022 Prezados(as) Senhores(as), Este documento tem por objetivo apresentar as principais informações macroeconômicas ocorridas ao longo do primeiro semestre de 2022, na intenção de contribuir com um enfoque adicional para explicação de resultados acerca do período analisado. As informações contidas neste documento se destinam somente à orientação de caráter geral e fornecimento de informações sobre o tema de interesse. Nossos estudos são baseados em informações disponíveis ao público, consideradas confiáveis na data de publicação. Dado que as opiniões nascem de julgamentos e estimativas, estão sujeitas a mudanças. Nossos relatórios não representam oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. O presente relatório, concluído e disponibilizado em 05.08.2022, apresenta todas as informações de índices de performance disponíveis até o dia 30.06.2022, data de fechamento do primeiro semestre de 2022. Não é permitido a divulgação e a utilização deste e de seu respectivo conteúdo por pessoas não autorizadas pela LDB CONSULTORIA FINANCEIRA. Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários e muito obrigado, Equipe LDB Empresas. 1 ?O medo de arriscar destrói mais sonhos do que o fracasso.? -Fernando Reis- 1. COMENTÁRIO SOBRE O SEMESTRE: MERCADOS INTERNACIONAIS O mercado internacional apresentou como um cenário relativamente desafiador, com o enfraquecimento da continuidade da pandemia, o primeiro semestre de 2022 foi tomado pela preocupação com as pressões inflacionárias, resultando na retração econômica global e aumento de juros ao longo do globo. Também, e de forma negativa, tivemos o reflexo do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que vem prejudicando a oferta de commodities. O conflito já durando mais que o esperado, fez com que os mercados começassem a apreçar uma guerra de longa duração. Nos Estados Unidos, houve o início do novo ciclo de alta dos juros. Onde, o Fed vem adotando um discurso mais duro e aumentando a taxa básica de juros a fim de controlar a inflação, que vem surpreendendo o mercado com a ausência de sinais de enfraquecimento ao longo do semestre. Sendo um cenário cada vez mais agravado pelo receio de uma recessão nos EUA. Seguindo o movimento do Fed, os principais bancos centrais sinalizaram a necessidade de apertos monetários mais intensos. Frente ao cenário desafiador de inflação e juros, além da perspectiva de atividade econômica mais fraca, a maioria dos índices de Bolsas internacionais tiveram uma rentabilidade negativa ao longo do semestre. Em meados do semestre, na China, novos surtos de Covid levaram à implementação de lockdowns em algumas partes do país, afetando a atividade local e agravando os gargalos nas cadeias de suprimento, elevando ainda mais os preços dos bens, afetando assim suas projeções de crescimento, e consequentemente, impactando também outras diversas economias. Olhando para o mercado acionário americano, os principais índices apresentaram retornos negativos. Assim, no 1º semestre de 2022 e no acumulado do ano, o MSCI ACWI e o S&P 500 respectivamente caíram -20,94% e -20,58%, todos em ?moeda original?, ou seja, considerando apenas a performance dos índices estrangeiros, sem considerar a variação cambial. Considerando esses mesmos índices, mas, agora sem proteção cambial, o MSCI ACWI e o S&P 500 respectivamente caíram -25,79% e -25,45% no primeiro semestre de 2022, em conjunto com a desvalorização do Dólar frente ao Real em -6,14%. 2 BRASIL No cenário doméstico, ao longo do semestre, além da dúvidas quanto aos conflitos geopolíticos e ruídos internacionais. Houve a atenção com a dinâmica inflacionária e dúvidas fiscais mais acentuadas em ano eleitoral. Onde, a inflação elevada continuou contribuindo para o andamento de projetos legislativos que visam reduzir impostos, elevar auxílios e criar projetos de transferências do governo. E mais ao fim do semestre, há incertezas quanto à possibilidade de um novo rompimento do teto de gastos, com as restrições da lei eleitoral sendo flexibilizadas com a declaração de estado de emergência. Ao longo do semestre, o Banco Central do Brasil (BC) vem aumentando a alta da taxa de juros, indicando uma desaceleração somente em junho. Entretanto, a persistência inflacionária impediu que o BC sinalizasse o fim do ciclo de aperto monetário. Com as leituras de inflação acima das expectativas, foi gerado uma pressão sobre a curva de juros domésticas. Onde, os títulos mais curtos atrelados à inflação tiveram retornos positivos devido ao maior carrego inflacionário, enquanto os mais longos, sofreram mais com a alta da curva causada por esta pressão gerada. Desta maneira, se continuarmos observando estas ?surpresas inflacionárias? podemos continuar observando o alongamento do ciclo de alta dos juros, o que tende a desfavorecer as aplicações em renda fixa, principalmente as que envolvem títulos pré-fixados. Na renda variável, os índices Ibovespa e SMLL seguiram a dinâmica de perdas dos índices internacionais, além de terem sido afetados negativamente pelo recuo nas cotações das commodities e incertezas locais. Respectivamente apresentando um retorno negativo de -5,99% e -19,69% no 1º semestre de 2022 e no acumulado do ano. Apesar da bolsa brasileira ter apresentado uma alta, no primeiro trimestre do ano, devido a entrada de capital estrangeiro. Ao longo da metade final do semestre, em especial os meses de abril e junho, a bolsa foi impactada negativamente pelos temores a possível recessão dos EUA, a realização de lucro com a saída do capital estrangeiro, conflitos geopolíticos, ruídos internos e leituras de inflação acima das expectativas. 3 2. EXPECTATIVAS DE MERCADO 2.1. BOLETIM FOCUS Relatório Focus de 29.07.2022. Fonte: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus 2.2. DINÂMICA DAS EXPECTATIVAS DE MERCADO Como destaques para o final de 2022, o último Boletim Focus apresentou expectativas mais altas para o PIB, reduzidas para a inflação, e estáveis para a taxa Selic e Câmbio. Inflação (IPCA): A inflação esperada para o final de 2022 vem sendo revisada para baixo, estando em 7,15%. Já para o final de 2023 se espera uma inflação mais elevada em torno de 5,33%, ante uma expectativa anterior de 5,30%. SELIC: Em relação ao último relatório e para o final de 2022, a expectativa vem sendo mantida em 13,75%. Para 2023 a expectativa foi aumentada para 11%. PIB: Para o final de 2022 tivemos o aumento da expectativa para 1,97%, e, para 2023, em relação ao último relatório, reduzida para 0,40%. Câmbio (Dólar/ Real): Para 2022 e em relação ao último relatório não houve mudanças das expectativas de R$ 5,20. E, para 2023 a previsão foi mantida em R$5,20. 4 3. CURVA DE JUROS E INFLAÇÃO Taxa de Juros Real: A curva de juros real calculada pela ANBIMA, projetada em 06.07.2022, estima uma taxa real de juros de 5,99% a.a. para 10 anos. Taxa de Inflação Implícita: A curva de inflação implícita calculada pela ANBIMA, projetada em 06.07.2022, estima uma taxa de inflação máxima de 6,95% a.a. para 10 anos. Taxa de Juros Prefixados: A curva de juros prefixada calculada pela ANBIMA, projetada em 06.07.2022, estima uma taxa prefixada de juros de 13,36% a.a. para 10 anos. 5 * FONTE: ANBIMA; Referência dez/21 divulgada em 09.12.2021 e referência jul/22 divulgada em 06.07.2022. * FONTE: ANBIMA; Referência dez/21 divulgada em 09.12.2021 e referência jul/22 divulgada em 06.07.2022. * FONTE: ANBIMA; Referência dez/21 divulgada em 09.12.2021 e referência jul/22 divulgada em 06.07.2022. 4. INDICADORES 6 Índices Financeiros Indicadores 1º Semestre de 2022 No ano Em 12 meses janeiro fevereiro março abril maio junho Renda Fixa IDkA IPCA 2A 0.05% 1.26% 2.54% 1.51% 0.85% 0.47% 6.85% 10.11% IMA-B5 0.11% 1.06% 2.61% 1.56% 0.78% 0.33% 6.61% 10.06% IMA-S 0.83% 0.92% 0.91% 0.69% 1.11% 1.07% 5.65% 9.24% CDI 0.73% 0.75% 0.92% 0.83% 1.03% 1.01% 5.40% 8.66% IRF-M 1 0.63% 0.74% 0.89% 0.75% 0.95% 0.93% 4.99% 7.19% IMA-GERAL 0.21% 0.74% 1.57% 0.54% 0.92% 0.43% 4.49% 5.34% IMA-B -0.73% 0.54% 3.07% 0.83% 0.96% -0.36% 4.35% 3.78% IRF-M -0.08% 0.58% 0.84% -0.12% 0.58% 0.37% 2.19% 1.76% IMA-B5+ -1.61% 0.01% 3.56% 0.08% 1.16% -1.10% 2.03% -2.16% IRF-M 1+ -0.50% 0.48% 0.81% -0.53% 0.39% 0.09% 0.73% -1.02% IDkA IPCA 20A -2.92% -0.58% 4.00% -1.21% 1.21% -2.95% -2.61% -13.58% Renda Variável IDIV 7.47% -2.32% 10.00% -5.19% 4.26% -8.38% 4.58% -4.10% IFIX -0.99% -1.29% 1.42% 1.19% 0.26% -0.88% -0.33% 1.48% IBRX - 50 7.65% 1.74% 5.43% -10.51% 3.30% -11.67% -5.71% -22.70% IBrX - 100 6.87% 1.46% 5.96% -10.11% 3.23% -11.56% -5.72% -23.04% Ibovespa 6.98% 0.89% 6.06% -10.10% 3.22% -11.50% -5.99% -22.29% ISE 3.86% -3.43% 7.48% -10.17% 2.01% -12.35% -13.42% -24.86% IVBX-2 3.18% -2.63% 6.50% -11.63% 0.88% -12.83% -16.85% -31.30% SMLL 3.42% -5.19% 8.81% -8.36% -1.82% -16.33% -19.69% -39.59% Investimentos no Exterior S&P 500 (M. Orig.) -5.26% -2.90% 3.32% -8.80% 0.01% -8.39% -20.58% -11.92% MSCI ACWI (M.Orig.) -4.96% -2.63% 1.86% -8.14% -0.13% -8.58% -20.94% -17.11% S&P 500 -9.05% -6.85% -4.75% -5.31% -3.86% 1.47% -25.45% -7.76% MSCI ACWI -8.76% -6.59% -6.10% -4.62% -3.99% 1.26% -25.79% -13.20% Global BDRX -9.83% -6.82% -3.98% -6.96% -4.32% 0.79% -27.61% -12.10% Índices Econômicos IGPM 1.82% 1.83% 1.74% 1.41% 0.52% 0.59% 8.16% 10.70% INPC 0.67% 1.00% 1.71% 1.04% 0.45% 0.62% 5.61% 11.92% IPCA 0.54% 1.01% 1.62% 1.06% 0.47% 0.67% 5.49% 11.89% SELIC 0.73% 0.75% 0.92% 0.83% 1.03% 1.01% 5.40% 8.66% DÓLAR -4.00% -4.07% -7.81% 3.83% -3.87% 10.77% -6.14% 4.71% Meta Atuarial INPC + 6% a.a. 1.16% 1.44% 2.23% 1.48% 0.96% 1.11% 8.68% 18.63% IPCA + 6% a.a. 1.03% 1.45% 2.14% 1.50% 0.98% 1.16% 8.56% 18.60% INPC + 5% a.a. 1.08% 1.37% 2.14% 1.41% 0.88% 1.03% 8.18% 17.52% IPCA + 5% a.a. 0.95% 1.38% 2.05% 1.43% 0.90% 1.08% 8.05% 17.48% INPC + 4% a.a. 1.00% 1.30% 2.06% 1.34% 0.79% 0.95% 7.67% 16.40% IPCA + 4% a.a. 0.87% 1.31% 1.97% 1.36% 0.81% 1.00% 7.54% 16.36% 4.1. GRÁFICO DE DISPERSÃO DOS INDICADORES NO 1º SEMESTRE 7 Ativo Retorno Volatilidade (Anualizada) INPC + 6,00% 8,68% 0,31% IPCA + 6,00% 8,56% 0,30% INPC + 5,00% 8,18% 0,31% IGP-M 8,16% 0,45% IPCA + 5,00% 8,05% 0,30% INPC + 4,00% 7,67% 0,31% IPCA + 4,00% 7,54% 0,30% IDkA IPCA 2 Anos 6,85% 2,60% IMA-B 5 6,61% 2,40% IMA-S 5,65% 0,13% INPC 5,61% 0,31% IPCA 5,49% 0,30% CDI 5,40% 0,07% Selic 5,40% 0,07% IRF-M 1 4,99% 0,59% IDIV 4,58% 16,53% IMA Geral 4,49% 2,19% IMA-B 4,35% 4,58% IRF-M 2,19% 3,34% IMA-B 5+ 2,03% 7,33% IRF-M 1+ 0,73% 5,04% IFIX -0,33% 4,56% IDkA IPCA 20 Anos -2,61% 11,88% IBX-50 -5,71% 19,97% IBX -5,72% 19,06% Ibovespa -5,99% 18,91% Dólar -6,14% 15,10% ISE -13,42% 21,51% IVBX-2 -16,85% 22,71% SMLL -19,69% 27,41% S&P 500 (Moeda Original) -20,58% 25,11% MSCI ACWI (Moeda Original) -20,94% 20,74% S&P 500 -25,45% 27,15% MSCI ACWI -25,79% 21,31% Global BDRX -27,61% 24,50%