RELATÓRIO MACROECONÔMICO OUTUBRO/2022 Prezados(as) Senhores(as), Este documento tem por objetivo apresentar as principais informações macroeconômicas para o mês de outubro de 2022, na intenção de ajudá-los na tomada de decisão e acompanhamento da carteira de investimentos. As informações contidas neste documento se destinam somente à orientação de caráter geral e fornecimento de informações sobre o tema de interesse. Nossos estudos são baseados em informações disponíveis ao público, consideradas confiáveis na data de publicação. Dado que as opiniões nascem de julgamentos e estimativas, estão sujeitas a mudanças. Nossos relatórios não representam oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. O presente relatório apresenta todas as informações e índices disponíveis até o último dia útil do mês de referência, sendo disponibilizado em 11.10.2022. Não é permitido a divulgação e a utilização deste e de seu respectivo conteúdo por pessoas não autorizadas pela LDB CONSULTORIA FINANCEIRA. Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários e muito obrigado, Equipe LDB Empresas. 1 ?Investir em conhecimento sempre rende os melhores juros.? -Benjamin Franklin- 1. COMENTÁRIO DO MÊS: MERCADOS INTERNACIONAIS No mês de setembro, a escalada do sentimento de aversão a risco resultou em alta da curva de juros dos EUA e queda dos principais índices de ações globais. Adicionalmente, os desafios para as autoridades monetárias seguem crescentes, uma vez que precisam conciliar não apenas a estabilidade de preços com os riscos de recessão, mas, também, um quadro de estabilidade financeira cada vez mais desafiador. A inflação ao consumidor nos EUA (CPI) voltou a trazer informações desfavoráveis em setembro, levando a uma intensificação do risco inflacionário. O último dado aponta para um processo inflacionário ainda mais complexo, com núcleo muito acima do esperado e uma composição desfavorável. O mercado de trabalho aquecido, com pressões salariais, reforça essa leitura. Devido a esse cenário, o Fed subiu novamente os juros básicos em 0,75% reiterando sua postura no sentido de controle da inflação. No sumário de projeções dos seus dirigentes, houve importante aumento da expectativa de juros, para 4,4% em 2022 e 4,6% em 2023. O mercado reagiu ao novo conjunto de informações, com elevação dos prêmios ao longo da curva de juros futuros, além de depreciação da Bolsa e de outros ativos financeiros. Também ocorrem revisões baixistas na Zona do Euro e na China. No caso europeu, a piora adicional da crise energética, reflexo das tensões geopolíticas, deverá acentuar a trajetória recessiva na região. Na China, a recuperação econômica vem sendo afetada pela política de contenção da Covid-19 e pela fraqueza do mercado imobiliário. O governo inglês anunciou a redução de impostos e aumento de gastos a fim de proteger a economia da forte elevação nos preços de energia. Em um contexto de pleno emprego e inflação elevada, a deterioração do quadro fiscal inglês levou a forte aversão a risco nos mercados globais. Olhando para o mercado acionário americano, os principais índices apresentaram retornos negativos. Assim, no mês de setembro de 2022, o MSCI ACWI e o S&P 500, respectivamente, caíram -9,74% e -9,34%, todos em ?moeda original?, ou seja, considerando apenas a performance dos índices estrangeiros, sem considerar a variação cambial. Observando no acumulado do ano, esses índices apresentam queda de -26,69% e -24,77%, respectivamente. Considerando esses mesmos índices, mas, agora sem proteção cambial, o MSCI ACWI e o S&P 500, respectivamente, caíram -5,78% e -5,36%, devido à valorização do Dólar frente ao Real. Acumulando retornos negativos de -28,97% e -27,11% no ano. 2 BRASIL No Brasil, o resultado da reunião do Copom em setembro veio dentro do esperado, com manutenção da taxa Selic em 13,75%, acompanhada de uma comunicação cautelosa sobre cenário econômico e riscos à frente, e, em conjunto com o resultado das eleições contribuíram para uma certa estabilidade do Ibovespa. Ao mesmo tempo, o recuo dos dados de inflação e o fim do ciclo de aperto monetário, agiram como catalisadores para queda na curva de juros. A inflação voltou a trazer sinais mais favoráveis nas leituras recentes. Além de o IPCA ter vindo abaixo do esperado, sua abertura mostra redução de parte das pressões em grupos importantes (Bens e Serviços), ainda que a tendência dos números siga elevada. Reforçando a expectativa de desaceleração, ainda que gradual, do IPCA nos próximos trimestres. Em relação às eleições, o resultado do primeiro turno mostrou uma vantagem menor do ex-presidente Lula do que a apontada pelas pesquisas. A diferença entre os candidatos torna possível uma reversão do resultado no segundo turno. A eleição também mostrou uma composição mais centrista do Congresso Nacional, o que diminui a chance de grandes desvios na condução de políticas públicas. Aqui, somente a título de exemplo da ?Estrutura a Termo das Taxas de Juros - ETTJ? para o IPCA, estimada e divulgada pela ANBIMA para o fechamento de 10.10.2022, e apresentada no item 3 deste relatório como ?Taxa de Juros Real?, a taxa de juros real com vencimento para 10 anos apresentava taxa de retorno estimada em 5,75% a.a., continuando assim acima da taxa de desconto de 5,04% limitada pela SPREV para o ano de 2022. Na renda variável, a bolsa brasileira encerrou o mês em território positivo, apesar do sentimento mais negativo no exterior, sendo beneficiada pelos bons dados da economia e uma inflação desacelerada. Apresentando um retorno positivo de +0,47% no mês. Sendo assim, o Ibovespa possui um comportamento anual positivo de +4,97% e uma queda de -0,85% nos últimos 12 meses. Mediante a todo esse cenário exposto acima e em linha com o último relatório disponibilizado, tentando elucidar muitos questionamentos recebidos acerca dos prêmios trazidos pelas NTNB-s atualmente, a estratégia de compra direta de NTN-Bs, respaldada por um estudo de ALM, pode auxiliar na ?ancoragem de rentabilidade? ainda acima da meta atuarial dos RPPS. Tal estratégia, em especial para carregamento até o vencimento, pode contribuir proporcionalmente para a redução da volatilidade global da carteira de investimentos do RPPS, devido ao benefício da ?marcação na curva? do preço desse ativo. 3 2. EXPECTATIVAS DE MERCADO 2.1. BOLETIM FOCUS Relatório Focus de 07.10.2022. Fonte: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus 2.2. DINÂMICA DAS EXPECTATIVAS DE MERCADO Como destaques para o final de 2022, o último Boletim Focus apresentou expectativas estáveis para o PIB, a taxa Selic e câmbio, e reduzidas para a inflação. Inflação (IPCA): A inflação esperada para o final de 2022 vem sendo revisada para baixo, estando em 5,71%. Para o final de 2023 se espera uma inflação em torno de 5,00%. SELIC: Em relação ao último relatório e para o final de 2022, a expectativa vem sendo mantida em 13,75%. Para 2023 a expectativa se mantém estável em 11,25%. PIB: Para o final de 2022 tivemos a estabilidade da expectativa em 2,70%, e, para 2023, em relação ao último relatório, um aumento para 0,54%. Câmbio (Dólar/ Real): Para 2022 e 2023 em relação ao último relatório as expectativas se mantiveram em R$5,20. 4 3. CURVA DE JUROS E INFLAÇÃO Taxa de Juros Real: A curva de juros real calculada pela ANBIMA, projetada em 10.10.2022, estima uma taxa real de juros de 5,75% a.a. para 10 anos. Taxa de Inflação Implícita: A curva de inflação implícita calculada pela ANBIMA, projetada em 10.10.2022, estima uma taxa de inflação máxima de 5,80% a.a. para 10 anos. Taxa de Juros Prefixados: A curva de juros prefixada calculada pela ANBIMA, projetada em 10.10.2022, estima uma taxa prefixada de juros de 11,88% a.a. para 10 anos. 5 * FONTE: ANBIMA; Referência set/22 divulgada em 06.09.2022 e referência out/22 divulgada em 10.10.2022. * FONTE: ANBIMA; Referência set/22 divulgada em 06.09.2022 e referência out/22 divulgada em 10.10.2022. * FONTE: ANBIMA; Referência set/22 divulgada em 06.09.2022 e referência out/22 divulgada em 10.10.2022. 4. INDICADORES 6