RELATÓRIO MACROECONÔMICO JUNHO/2022 Prezados(as) Senhores(as), Este documento tem por objetivo apresentar as principais informações macroeconômicas para o mês de junho de 2022, na intenção de ajudá-los na tomada de decisão e acompanhamento da carteira de investimentos. As informações contidas neste documento se destinam somente à orientação de caráter geral e fornecimento de informações sobre o tema de interesse. Nossos estudos são baseados em informações disponíveis ao público, consideradas confiáveis na data de publicação. Dado que as opiniões nascem de julgamentos e estimativas, estão sujeitas a mudanças. Nossos relatórios não representam oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. O presente relatório apresenta todas as informações e índices disponíveis até o último dia útil do mês de referência, sendo disponibilizado em 09.06.2022. Não é permitido a divulgação e a utilização deste e de seu respectivo conteúdo por pessoas não autorizadas pela LDB CONSULTORIA FINANCEIRA. Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários e muito obrigado, Equipe LDB Empresas. 1 ?O medo de arriscar destrói mais sonhos do que o fracasso.? -Fernando Reis- 1. COMENTÁRIO DO MÊS: MERCADOS INTERNACIONAIS Podemos considerar que o mercado internacional continua apresentando um cenário relativamente desafiador, focado nas preocupações com menor crescimento, dada a ausência de sinais de enfraquecimento da inflação. As Bolsas globais tiveram resultados próximos da estabilidade, mesmo em meio às restrições na China por conta da última onda de Covid-19 e a continuação do conflito na Ucrânia que adicionam pressão às cadeias de suprimento e agravando o quadro inflacionário. Nos EUA, o ambiente segue desconfortável por conta do risco inflacionário, da resposta de política monetária e, consequentemente, da trajetória de crescimento à frente. Adicionalmente, estamos em um momento de condições financeiras mais apertadas. Apesar disso, a demanda doméstica continua aquecida, e existe importante suporte do mercado de trabalho. Isso leva a manter a visão de crescimento gradual nos próximos trimestres. Em suas últimas comunicações, o Banco Central dos EUA (Fed) foi menos agressivo que as expectativas do mercado, trazendo uma queda moderada na curva de juros. Na China, a desaceleração da atividade, causada pelas quarentenas, pode agravar os gargalos nas cadeias de suprimentos, elevando ainda mais os preços dos bens, afetando assim suas projeções de crescimento, e consequentemente, impactando outras diversas economias. O conflito entre Rússia e Ucrânia está durando mais do que o esperado e os mercados já começam a apreçar uma guerra de longa duração, prejudicando a oferta de petróleo, fertilizantes e alimentos. Esse ambiente pode manter os preços de commodities elevados por mais tempo. Olhando para o mercado acionário americano, os principais índices apresentaram retornos próximos a zero. Assim, no mês de maio de 2022, o MSCI ACWI caiu -0,13% e o S&P 500 se manteve ?neutro? com +0,01%, todos em ?moeda original?, ou seja, considerando apenas a performance dos índices estrangeiros, sem considerar a variação cambial. No acumulado do ano, esses índices apresentam queda de -13,51% e -13,30%, respectivamente. Considerando esses mesmos índices, mas, agora sem proteção cambial, o MSCI ACWI caiu -3,99% e o S&P 500 caiu -3,86%, com queda acentuada pela valorização do Real frente ao Dólar em +3,83%. Respectivamente esses dois índices caíram -26,71% e -26,53% no acumulado do ano. 2 BRASIL No cenário doméstico, a inflação continua a superar as projeções dos participantes de mercado, estimulando novas revisões para cima das expectativas para o IPCA de 2022 e de 2023. O mercado espera que, em junho, o Copom eleve a taxa Selic em 0,5% para 13,25%, o que deverá ser o último movimento altista deste ciclo. Em seguida, espera-se juros estáveis até pelo menos o segundo trimestre do próximo ano, ou, até se assegurar a convergência da inflação para o centro da meta. Aqui, somente a título de exemplo da ?Estrutura a Termo das Taxas de Juros - ETTJ? para o IPCA, estimada e divulgada pela ANBIMA para o fechamento de 08.06.2022, e apresentada no item 3 deste relatório como ?Taxa de Juros Real?, a taxa de juros real com vencimento para 10 anos apresentava taxa de retorno estimada em 5,71% a.a., continuando assim acima da taxa de desconto de 5,04% limitada pela SPREV para o ano de 2022. Assim sendo, como as leituras de inflação vieram acima das expectativas, ainda há uma pressão sobre a curva de juros domésticas. Os títulos mais curtos atrelados à inflação tiveram retornos positivos devido ao maior carrego inflacionário, enquanto os mais longos, sofreram mais com a alta da curva causada por esta pressão gerada. Desta maneira, se continuarmos observando estas ?surpresas inflacionárias? podemos continuar observando o alongamento do ciclo de alta dos juros, o que tende a desfavorecer as aplicações em renda fixa, principalmente as que envolvem títulos pré-fixados. Na renda variável, o Ibovespa se descolou de pares internacionais e apresentou retorno positivo de +3,22% no mês. Com destaque para empresas dos setores de serviços financeiros e das ações de petróleo que tiveram bom desempenho, por outro lado, as empresas mais ligadas à economia doméstica, como varejo e saúde, fecharam o mês em território negativo. Sendo assim, o Ibovespa possui um comportamento anual positivo de 6,23% e uma queda de -11,78% nos últimos 12 meses. Mediante a todo esse cenário exposto acima e em linha com o último relatório disponibilizado, tentando elucidar muitos questionamentos recebidos acerca dos prêmios trazidos pelas NTNB-s atualmente, a estratégia de compra direta de NTN-Bs, respaldada por um estudo de ALM, pode auxiliar na ?ancoragem de rentabilidade? ainda acima da meta atuarial dos RPPS. Tal estratégia, em especial para carregamento até o vencimento, pode contribuir proporcionalmente para a redução da volatilidade global da carteira de investimentos do RPPS, devido ao benefício da ?marcação na curva? do preço desse ativo. 3 2. EXPECTATIVAS DE MERCADO 2.1. BOLETIM FOCUS Relatório Focus de 29.04.2022. Fonte: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus 2.2. DINÂMICA DAS EXPECTATIVAS DE MERCADO Como destaques para o final de 2022, o último Boletim Focus apresentou expectativas mais altas para inflação, PIB e manutenção da taxa Selic. Inflação (IPCA): A inflação esperada para o final de 2022 vem sendo revisada para cima nos últimos dezesseis relatórios. Para o final de 2023 se espera uma inflação em torno de 4,10%, ante uma expectativa anterior de 4,00%. SELIC: em relação ao último relatório e para o final de 2022, a expectativa vem sendo mantida em 13,25%. Para 2023 a expectativa foi revista 9,25%. PIB: Para o final de 2022 tivemos o aumento da expectativa em 0,70%, e, para 2023, em relação ao último relatório, a manutenção de 1,00%. Câmbio (Dólar/ Real): Para 2022 e em relação ao último relatório houve a manutenção dos R$5,00. E, para 2023 a previsão é de R$5,04. Obs: como não houve a divulgação por parte do Banco Central do relatório nas últimas semanas, utilizamos as previsões do relatório datado como 29/04/2022, último disponível. 4 3. CURVA DE JUROS E INFLAÇÃO Taxa de Juros Real: A curva de juros real calculada pela ANBIMA, projetada em 07.06.2022, estima uma taxa real de juros de 5,71% a.a. para 10 anos. Taxa de Inflação Implícita: A curva de inflação implícita calculada pela ANBIMA, projetada em 07.06.2022, estima uma taxa de inflação máxima de 6,89% a.a. para 10 anos. Taxa de Juros Prefixados: A curva de juros prefixada calculada pela ANBIMA, projetada em 07.06.2022, estima uma taxa prefixada de juros de 12,99% a.a. para 10 anos. 5 * FONTE: ANBIMA; Referência mai/22 divulgada em 05.05.2022 e referência jun/22 divulgada em 07.06.2022. * FONTE: ANBIMA; Referência mai/22 divulgada em 05.05.2022 e referência jun/22 divulgada em 07.06.2022. * FONTE: ANBIMA; Referência mai/22 divulgada em 05.05.2022 e referência jun/22 divulgada em 07.06.2022. 4. INDICADORES 6