RELATÓRIO MACROECONÔMICO AGOSTO/2022 Prezados(as) Senhores(as), Este documento tem por objetivo apresentar as principais informações macroeconômicas para o mês de agosto de 2022, na intenção de ajudá-los na tomada de decisão e acompanhamento da carteira de investimentos. As informações contidas neste documento se destinam somente à orientação de caráter geral e fornecimento de informações sobre o tema de interesse. Nossos estudos são baseados em informações disponíveis ao público, consideradas confiáveis na data de publicação. Dado que as opiniões nascem de julgamentos e estimativas, estão sujeitas a mudanças. Nossos relatórios não representam oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. O presente relatório apresenta todas as informações e índices disponíveis até o último dia útil do mês de referência, sendo disponibilizado em 09.08.2022. Não é permitido a divulgação e a utilização deste e de seu respectivo conteúdo por pessoas não autorizadas pela LDB CONSULTORIA FINANCEIRA. Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários e muito obrigado, Equipe LDB Empresas. 1 ?O medo de arriscar destrói mais sonhos do que o fracasso.? -Fernando Reis- 1. COMENTÁRIO DO MÊS: MERCADOS INTERNACIONAIS No mês de julho, o enfraquecimento da economia global se tornou mais evidente. Além de quedas substanciais dos PMIs globais, se destaca também a contração do PIB americano pelo segundo trimestre seguido, com razoável desaceleração do mercado de imóveis residenciais. Por sua vez, a inflação global segue resistente. O receio de uma desaceleração econômica global se acentuou com a divulgação de dados de atividade mais fracos, principalmente na Europa. O mercado se encontra num equilíbrio instável entre preocupação com inflação e recessão. Já a China teve queda superior à esperada no seu PIB, num período marcado por medidas de lockdown adotadas como resposta ao aumento de casos de Covid-19. Os ativos de risco apresentaram uma descompressão ao longo do mês, liderada pelos bons resultados das empresas americanas e pela leitura mais positiva do mercado em relação à decisão do FED. Nos EUA, a nova rodada de aceleração inflacionária foi mais um fator levando o Fed a decidir por um aumento de 0,75% na taxa de juros básica. No entanto, a indicação de desaceleração suave buscada pelo Fed gerou efeito positivo para as Bolsas globais, que fecharam o mês em expressiva alta. Em relação a questão geopolítica (guerra na Ucrânia), foi gerado um desconforto adicional diante do crescente problema de abastecimento de gás natural na Zona do Euro, que pode levar a nova rodada de elevação de preços, trazendo a possibilidade de dificuldades de suprimento de energia para a atividade produtiva na região. Olhando para o mercado acionário americano, os principais índices apresentaram retornos positivos. Assim, no mês de julho de 2022, o MSCI ACWI e o S&P 500 respectivamente subiram +6,86% e +9,11%, todos em ?moeda original?, ou seja, considerando apenas a performance dos índices estrangeiros, sem considerar a variação cambial. No entanto, observando no acumulado do ano, esses índices apresentam queda de -15,51% e -13,34%, respectivamente. Considerando esses mesmos índices, mas, agora sem proteção cambial, o MSCI ACWI e o S&P 500 respectivamente subiram +5,85% e +8,08%, devido à desvalorização do Dólar frente ao Real. Entretanto, esses dois índices caíram -21,45% e -19,34% no acumulado do ano. 2 BRASIL Localmente, os juros reais e nominais apresentaram volatilidade em virtude da agenda fiscal delicada e aumento com o temor de recessão no cenário internacional. O cenário inflacionário doméstico continuou desafiador, o patamar elevado da inflação de serviços sugere maior persistência de pressões, influenciando o horizonte relevante para a política monetária. Ademais, a aproximação das eleições e a compressão da renda real das famílias motivou a aprovação do novo aumento das transferências governamentais para famílias vulneráveis, que se somam ao estímulo promovido pelo corte de impostos sobre combustíveis, energia e comunicações. Apesar desses cortes reduzirem a inflação no curto prazo, o maior estímulo fiscal atua na direção oposta da política monetária e deverá dificultar ainda mais a atuação do Copom. O Banco Central (BC) subiu a taxa Selic em 0,5% para 13,75% no início de agosto, onde em seu comunicado trouxe a sinalização de que é mais provável a manutenção dos juros na próxima reunião, ainda que reconhecendo ser possível uma alta residual de 0,25% em setembro. Encerrado o ciclo de aperto monetário, é esperado pelo mercado que o BC mantenha os juros estáveis por um período mais longo, com estabilidade pelo menos até meados de 2023. Aqui, somente a título de exemplo da ?Estrutura a Termo das Taxas de Juros - ETTJ? para o IPCA, estimada e divulgada pela ANBIMA para o fechamento de 03.08.2022, e apresentada no item 3 deste relatório como ?Taxa de Juros Real?, a taxa de juros real com vencimento para 10 anos apresentava taxa de retorno estimada em 6,08% a.a., continuando assim acima da taxa de desconto de 5,04% limitada pela SPREV para o ano de 2022. Na renda variável, a bolsa brasileira seguiu as bolsas globais e se valorizou nos últimos dias do mês, depois de seguir sem direção definida grande parte de julho. Apresentando um retorno positivo de +4,69% no mês. Sendo assim, o Ibovespa possui um comportamento anual negativo de -1,58% e uma queda de -15,30% nos últimos 12 meses. Mediante a todo esse cenário exposto acima e em linha com o último relatório disponibilizado, tentando elucidar muitos questionamentos recebidos acerca dos prêmios trazidos pelas NTNB-s atualmente, a estratégia de compra direta de NTN-Bs, respaldada por um estudo de ALM, pode auxiliar na ?ancoragem de rentabilidade? ainda acima da meta atuarial dos RPPS. Tal estratégia, em especial para carregamento até o vencimento, pode contribuir proporcionalmente para a redução da volatilidade global da carteira de investimentos do RPPS, devido ao benefício da ?marcação na curva? do preço desse ativo. 3 2. EXPECTATIVAS DE MERCADO 2.1. BOLETIM FOCUS Relatório Focus de 05.08.2022. Fonte: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus 2.2. DINÂMICA DAS EXPECTATIVAS DE MERCADO Como destaques para o final de 2022, o último Boletim Focus apresentou expectativas mais altas para o PIB, reduzidas para a inflação, e estáveis para a taxa Selic e câmbio. Inflação (IPCA): A inflação esperada para o final de 2022 vem sendo revisada para baixo, estando em 7,11%. Já para o final de 2023 se espera uma inflação mais elevada em torno de 5,36%, ante uma expectativa anterior de 5,33%. SELIC: Em relação ao último relatório e para o final de 2022, a expectativa vem sendo mantida em 13,75%. Para 2023 a expectativa foi aumentada para 11%. PIB: Para o final de 2022 tivemos o aumento da expectativa para 1,98%, e, para 2023, em relação ao último relatório, mantido em 0,40%. Câmbio (Dólar/ Real): Para 2022 e 2023 em relação ao último relatório as expectativas se mantiveram em R$5,20. 4 3. CURVA DE JUROS E INFLAÇÃO Taxa de Juros Real: A curva de juros real calculada pela ANBIMA, projetada em 03.08.2022, estima uma taxa real de juros de 6,08% a.a. para 10 anos. Taxa de Inflação Implícita: A curva de inflação implícita calculada pela ANBIMA, projetada em 03.08.2022, estima uma taxa de inflação máxima de 6,58% a.a. para 10 anos. Taxa de Juros Prefixados: A curva de juros prefixada calculada pela ANBIMA, projetada em 03.08.2022, estima uma taxa prefixada de juros de 13,06% a.a. para 10 anos. 5 * FONTE: ANBIMA; Referência jul/22 divulgada em 06.07.2022 e referência ago/22 divulgada em 03.08.2022. * FONTE: ANBIMA; Referência jul/22 divulgada em 06.07.2022 e referência ago/22 divulgada em 03.08.2022. * FONTE: ANBIMA; Referência jul/22 divulgada em 06.07.2022 e referência ago/22 divulgada em 03.08.2022. 4. INDICADORES 6