RELATÓRIO MACROECONÔMICO MARÇO/2021 Prezados Senhores, Este documento tem por objetivo apresentar as principais informações macroeconômicas para o mês de março de 2021, na intenção de ajudá-los na tomada de decisão e acompanhamento da carteira de investimentos. As informações contidas neste documento se destinam somente à orientação de caráter geral e fornecimento de informações sobre o tema de interesse. Nossos estudos são baseados em informações disponíveis ao público, consideradas confiáveis na data de publicação. Dado que as opiniões nascem de julgamentos e estimativas, estão sujeitas a mudanças. Nossos relatórios não representam oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. O presente relatório apresenta todas as informações e índices disponíveis até o dia útil da divulgação deste relatório, a não ser quando indicado outra data de apuração do índice. Não é permitido a divulgação e a utilização deste e de seu respectivo conteúdo por pessoas não autorizadas pela LDB CONSULTORIA FINANCEIRA. Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários e muito obrigado, Equipe LDB Empresas. 1 ?Você só tem que fazer poucas coisas direitas em sua vida, desde que você não faça muitas coisas erradas.? - Warren Buffet- 1. COMENTÁRIO DO MÊS: Grosso modo e pelo mundo afora, ainda observamos a aceleração de casos de infectados e de fatalidade pelo Covid-19, incrementados por novas cepas, com maior potencial de transmissão. Salvo países desenvolvidos e com evolução satisfatória no cronograma de vacinação em massa, esse evento, a exemplo do Brasil, tem pressionado governos pela adoção de medidas sanitárias mais rigorosas, como alguma restrição de circulação social, fronteiriça e/ou eventualmente até mesmo lockdowns , conforme a gravidade apresentada para um dado país ou região, e, de acordo com o potencial colapso dos respectivos sistemas de saúde. Esse cenário tem diminuído as expectativas de crescimento econômico e aumentado a aversão ao risco no curto prazo. Do ponto de vista de estímulos fiscais e monetários, os principais bancos centrais continuam demonstrando cautela a respeito de eventual retirada dos estímulos, em benefício da atividade econômica, pois a retomada continua se mostrando frágil e ainda há persistente cenário de incertezas quanto ao ritmo do controle da pandemia e da consequente recuperação da atividade econômica. Em fevereiro esses mesmos estímulos, que também vinham fomentando a busca de investidores estrangeiros por ativos com maior potencial de retorno e risco, continuaram promovendo pressões inflacionárias, a exemplo dos EUA, que por conta disso observaram abertura no mercado de juros americanos, derrubando as bolsas e de alguma forma pressionando o câmbio dos emergentes, pela expectativa do aumento do risco de reversão do fluxo. No entanto e nesse particular, dos juros americanos, tanto o presidente quanto o vice- presidente do Fed mais uma vez afirmaram que estão dispostos a tolerar essa ?inflação transitória?, considerando a grande probabilidade de que ela não persista. Assim, nos EUA, e considerando ainda os novos estímulos fiscais, o entendimento das autoridades monetárias americanas é de que essa esticada inflacionária está mais para recuperação econômica e menos para descontrole de preços, sinalizando um desejado aquecimento econômico, sem que seja necessário subir mais rapidamente os juros, como o mercado havia sinalizado. Na Europa como um todo, ainda que consideremos as diferenças entre as economias, em especial em aspectos sanitários, econômicos e fiscais, espera-se que a volta aos níveis pré-crise ocorra ao final de 2022, com as principais economias europeias se recuperando já em 2021. A China continua demonstrando recuperação consistente, devendo apresentar recuperação mais robusta a partir do segundo semestre de 2021, em linha com os efeitos positivos da vacinação em massa pelo globo, se estendendo para o próximos anos. 2 Aqui no Brasil, e falando um pouco sobre o mercado doméstico de renda fixa, a exemplo de janeiro, a curva da estrutura a termo das taxas de juros domésticas voltaram a acompanhar a subida dos títulos de dívida americanos, também incrementada pela discussão da extensão do auxílio emergencial, que pressiona ainda mais o teto de gastos do governo, e pela expectativa de aumento da inflação, onde as expectativas de mercado para o IPCA vem sendo revistas para cima já há algumas semanas. Desse modo, observamos queda nos principais indicadores de renda fixa, a exemplo do IMA-B5+ (- 2,33%), IRF-M 1+ (- 2,01%), IMA-B (-1,52%), dentre outros, com abertura generalizada ao longo da curva. Esse movimento pode ser observado no item 3 desse relatório, que apresenta a Curva de Juros e Inflação. Por falar em inflação, o IPCA de fevereiro foi de 0,86%, 0,61 ponto percentual acima da taxa de janeiro (0,25%). Esse foi o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2016, quando o IPCA foi de 0,90%. No ano, o índice acumula alta de 1,11% e, em 12 meses, de 5,20%, acima dos 4,56% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, a variação havia sido de 0,25%. O mercado de renda variável local apresentou queda generalizada, a exemplo do IDIV (-5,21%), Ibovespa (-4,37%), ISE (-4,21%), dentre outros. Além de eventos macroeconômicos já comentados, pesou também sobre esses índices a inesperada e mal recebida mudança da presidência da Petrobrás, onde o mercado passou a considerar uma indesejada intervenção governamental nas estatais e em todas as políticas públicas, o que aumentou o prêmio de risco das ações dos setores potencialmente afetados. Impulsionados também pela alta do Dólar frente ao Real, cotado a R$ 5,5296 ao final de fevereiro (+ 0,99%), e como algumas das principais referências de investimentos no exterior para investidores locais, o MSCI ACWI (+3,23%) e o S&P 500 (+ 3,63%) apresentaram alta, servindo de amortecedor para perdas no mercado local. Dessa forma, pesa sobre nós, Brasil, a pandemia fora de controle, com lentidão na entrega de vacinas e o preocupante aumento do número de casos de infecção por Covid-19, com os respectivos impactos negativos sobre a economia, pressão inflacionária de custos, via câmbio, incertezas fiscais, ruídos políticos, e a necessidade de aprovação de importantes reformas, tais como a reforma tributária e a administrativa, dentre outras, que adicionalmente incrementam o grau de incerteza e de volatilidade nos mercados locais. Por isso, entendemos que seja prudencial o monitoramento contínuo dos desdobramentos políticos , econômicos e sanitários no ambiente local. 3 2. EXPECTATIVAS DE MERCADO 2.1. BOLETIM FOCUS Relatório Focus de 05.03.2021. Fonte: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus 2.2. DINÂMICA DAS EXPECTATIVAS DE MERCADO Inflação (IPCA): A Inflação projetada pelo último Boletim Focus para o final 2021 está em 3,98%, acima dos 3,60% esperados há quatro semanas e dos 3,34% esperados há oitos semanas. Essa é a nona semana consecutiva de alta. Para o final de 2022 a expectativa de mercado apresentou uma ligeira alta, de 3,49% para 3,50%, em relação as últimas quatro semanas. Para o final de 2023 e 2024 as expectativas para o IPCA vem sendo mantidas em 3,25%. SELIC: Para dezembro de 2021, o consenso de mercado novamente passou a considerar uma taxa Selic relativamente maior, de 3,50% para os atuais 4,00%, em relação às quatro últimas semanas. Há oito semanas se esperava a Selic em 3,25% e a doze semanas 3,00% para o final de 2021. Para o final de 2022 também houve ajuste para cima, de 5,00% para 5,50%. A alta na expectativa inflacionária vem pressionando para cima a previsão de alta para a Selic e promovendo abertura na Estrutura de Juros Futuros. As projeções para 2023 e 2024 foram mantidas em 6,00%. PIB: Sobre o PIB ao final de 2021, houve novamente um ajuste para baixo, de 3,47% para 3,26% em relação há quatro semanas. Há oito semanas essa mesma projeção estava em 3,50%. Para o final de 2022 também houve queda, de 2,50% para 2,48%. Para 2023 e 2024 as estimativas foram mantidas em 2,50%. Câmbio - Dólar: Olhando para a expectativa de mercado, a cotação do dólar para o final de 2021 também foi elevada, de R$ 5,01 para R$ 5,15, em relação às últimas quatro semanas. Da mesma forma, para o final de 2022 (de R$ 5,00 para R$ 5,13), 2023 (de 4,86% para 5,00%) e 2024 (de R$ 4,90 para R$ 5,00), as expectativas para o câmbio também foram majoradas. 4 3. CURVA DE JUROS E INFLAÇÃO Taxa de Juros Real: A curva de juros real calculada pela ANBIMA, projetada em 09.03.2021, estima uma taxa real de juros de 3,60% a.a. para 9,5 anos. Taxa de Inflação Implícita: A curva de inflação implícita calculada pela ANBIMA, projetada em 09.03.2021, estima uma taxa de inflação máxima para 9,5 anos em 5,15% a.a. Taxa de Juros Prefixado: A curva de juros prefixado calculada pela ANBIMA, projetada em 09.03.2021, estima uma taxa prefixada de juros de 8,93% a.a. para 9,5 anos. 5 * FONTE: ANBIMA; Referência mar/21 divulgada em 09.03.2021 e referência fev/21 divulgada em 09.02.2021. * FONTE: ANBIMA; Referência mar/21 divulgada em 09.03.2021 e referência fev/21 divulgada em 09.02.2021. * FONTE: ANBIMA; Referência mar/21 divulgada em 09.03.2021 e referência fev/21 divulgada em 09.02.2021. 4. DADOS ECONÔMICOS 6 Nota: para cada classe de ativos, os dados foram ordenados por ordem decrescente de rentabilidade para o período ?No ano?. Março Abril Maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro janeiro fevereiro IMA-C -3,52% 1,39% 2,63% 3,74% 4,26% 2,11% 2,95% 2,81% 1,94% -1,12% 6,46% 3,72% 10,42% 30,68% CDI 0,34% 0,28% 0,24% 0,21% 0,19% 0,16% 0,16% 0,16% 0,15% 0,16% 0,15% 0,13% 0,28% 2,40% IMA-S 0,33% 0,27% 0,24% 0,22% 0,20% 0,16% -0,27% 0,13% 0,10% 0,33% 0,22% 0,05% 0,28% 2,03% IRF-M 1 0,60% 0,45% 0,42% 0,28% 0,24% 0,12% 0,15% 0,16% 0,23% 0,31% 0,04% 0,04% 0,08% 3,15% IDkA IPCA 2A -1,21% 0,57% 0,44% 0,99% 0,94% 1,03% 0,02% 0,04% 1,25% 1,73% 0,15% -0,48% -0,33% 7,12% IMA-B5 -1,75% 0,49% 2,12% 1,12% 0,99% 0,43% -0,12% 0,20% 1,32% 1,83% 0,11% -0,60% -0,49% 6,38% IMA-GERAL -1,98% 0,86% 1,02% 0,99% 1,74% -0,60% -0,60% 0,09% 0,73% 2,02% -0,24% -0,69% -0,93% 3,36% IRF-M -0,11% 1,15% 1,42% 0,79% 1,08% -0,75% -0,56% -0,33% 0,36% 1,95% -0,80% -1,18% -1,97% 3,22% IMA-B -6,97% 1,31% 1,52% 2,05% 4,39% -1,80% -1,51% 0,21% 2,00% 4,85% -0,85% -1,52% -2,36% 3,09% IRF-M 1+ -0,47% 1,50% 1,92% 1,04% 1,47% -1,13% -0,91% -0,61% 0,46% 3,05% -1,39% -2,01% -3,37% 3,11% IMA-B5+ -10,93% 2,01% 1,02% 2,84% 7,32% -3,62% -2,60% 0,22% 2,59% 7,51% -1,69% -2,33% -3,98% 0,71% IDkA IPCA 20A -16,46% 1,77% 1,75% 4,18% 6,53% -6,22% -4,30% 0,68% 3,37% 11,36% -2,81% -2,69% -5,42% -2,45% IFIX -15,85% 4,39% 2,08% 5,59% -2,61% 1,79% 0,46% -1,01% 1,51% 2,19% 0,32% 0,25% 0,57% -2,90% IVBX-2 -33,77% 15,67% 7,57% 8,11% 7,83% -2,47% -5,29% -3,11% 12,02% 7,39% -1,79% -1,65% -3,42% -2,39% SMLL -35,07% 10,19% 5,07% 14,43% 0,90% -1,23% -5,44% -2,28% 16,64% 7,52% -3,43% -1,84% -5,21% -0,68% IBrX - 100 -30,09% 10,27% 8,52% 8,97% 8,41% -3,38% -4,58% -0,55% 15,46% 9,15% -3,03% -3,45% -6,38% 5,30% IBRX - 50 -30,37% 10,48% 9,10% 9,33% 8,15% -3,42% -4,62% -0,54% 16,21% 9,42% -2,78% -3,80% -6,48% 6,61% ISE -30,51% 12,61% 8,61% 6,55% 10,84% -3,94% -5,42% -0,99% 9,04% 7,01% -3,45% -4,21% -7,52% -4,48% Ibovespa -29,90% 10,25% 8,57% 8,76% 8,27% -3,44% -4,80% -0,69% 15,90% 9,30% -3,32% -4,37% -7,55% 4,08% IDIV -25,53% 3,76% 5,00% 8,95% 6,53% -4,83% -4,63% 0,65% 14,40% 8,94% -5,08% -5,21% -10,02% -4,67% MSCI ACWI -0,31% 15,44% 4,14% 3,97% -0,09% 11,43% -0,38% -0,24% 3,65% 1,88% 4,82% 3,23% 8,21% 51,77% S&P 500 1,10% 17,63% 4,51% 2,77% 0,26% 12,52% -0,95% -0,51% 2,31% 1,09% 4,20% 3,63% 7,98% 52,46% MSCI ACWI (Moeda Original) -13,73% 10,59% 4,15% 3,03% 5,14% 5,97% -3,37% -2,50% 12,21% 4,53% -0,52% 2,21% 1,68% 21,74% S&P 500 (Moeda Original) -12,51% 12,68% 4,53% 1,84% 5,51% 7,01% -3,92% -2,77% 10,75% 3,71% -1,11% 2,61% 1,47% 22,29% DÓLAR 15,56% 4,39% -0,01% 0,92% -4,98% 5,15% 3,10% 2,32% -7,63% -2,53% 5,37% 0,99% 6,42% 24,67% IGPM 1,24% 0,80% 0,28% 1,56% -2,61% 2,74% 4,34% 3,23% 3,28% 0,96% 2,58% 2,53% 5,52% 28,93% INPC 0,18% -0,23% -0,25% 0,30% 0,44% 0,36% 0,87% 0,89% 0,95% 1,46% 0,27% 0,82% 1,18% 6,25% IPCA 0,07% -0,31% -0,38% 0,26% 0,36% 0,24% 0,64% 0,86% 0,89% 1,35% 0,25% 0,86% 1,24% 5,30% SELIC 0,34% 0,28% 0,24% 0,21% 0,90% 0,16% 0,16% 0,16% 0,15% 0,16% 0,15% 0,13% 0,28% 2,40% INPC + 6% a.a. 0,69% 0,23% 0,21% 0,79% 0,98% 0,85% 1,36% 1,38% 1,42% 1,98% 0,73% 1,24% 2,24% 12,58% IPCA + 6% a.a. 0,58% 0,15% 0,08% 0,75% 0,90% 0,73% 1,13% 1,35% 1,36% 1,87% 0,71% 1,28% 2,29% 11,57% INPC + 5% a.a. 0,61% 0,16% 0,14% 0,71% 0,89% 0,77% 1,28% 1,30% 1,34% 1,89% 0,66% 1,17% 2,06% 11,52% IPCA + 5% a.a. 0,50% 0,08% 0,01% 0,67% 0,81% 0,65% 1,05% 1,27% 1,28% 1,78% 0,64% 1,21% 2,12% 10,53% INPC + 4% a.a. 0,52% 0,08% 0,06% 0,63% 0,80% 0,69% 1,20% 1,22% 1,26% 1,81% 0,58% 1,10% 1,89% 10,47% IPCA + 4% a.a. 0,41% 0,00% -0,07% 0,59% 0,72% 0,57% 0,97% 1,19% 1,20% 1,70% 0,56% 1,14% 1,95% 9,48% Renda Fixa Renda Variável Investimentos no Exterior Índices Econômicos Meta Atuarial 2021 Índices Financeiros 2020 No ano (2021) Acumulado 12 meses